Entrevista a Pedro Duarte. "O Porto tem um problema de segurança hoje em dia"

Nos primeiros 100 dias no cargo, o autarca do Porto quer priorizar a segurança e pretende instalar mais câmaras de videovigilância.

Joana Raposo Santos - RTP /
Foto: António Cotrim - Lusa

Em entrevista ao Jornal 2, da RTP, o presidente da Câmara do Porto frisou esta quarta-feira que "o Porto tem um problema de segurança hoje em dia" e que "não faz sentido viver com medo" numa cidade.

“O Porto tem um problema de segurança hoje em dia. Nós objetivamente conhecemos casos quotidianos que não deveriam acontecer na nossa cidade, mas ao mesmo tempo eu julgo que há uma degradação do espaço público que tem conduzido a que as pessoas não vivam com tranquilidade”, afirmou.

“Independentemente dos casos de criminalidade que ocorram ou não, as pessoas têm receio de andar na rua da forma que provavelmente gostariam. Isso para mim, enquanto presidente da Câmara, é um problema só por si”, acrescentou.

O autarca ambiciona uma cidade em que as pessoas possam viver em comunidade. “Não faz sentido que vivam com medo e vivam de forma pouco tranquila”, insistiu.

Por essa razão, Pedro Duarte não tem dúvidas: as prioridades para os primeiros 100 dias na Câmara do Porto são a mobilidade e a segurança. A ação vai passar pelo aumento da videovigilância e de polícias.

“A própria visibilidade da polícia é dissuasora de crime, por um lado, e por outro tem um efeito muito positivo na própria tranquilidade das pessoas. É por isso que vamos apostar muito nessa vertente, assim como na videovigilância”, explicou.

Em resposta ao jornalista Hugo Gilberto, o autarca defendeu ainda que a sociedade portuguesa deve voltar ao debate sobre regionalização. Nos próximos quatro anos, Pedro Duarte quer trabalhar para um país mais equilibrado.

“Há uma quota-parte muito significativa da população hoje em dia que não era sequer nascida ou não teve possibilidade de votar no referendo de 1998. Portanto eu acho que faz todo o sentido a sociedade portuguesa reabrir esse debate”, afirmou.

No entanto, acredita que “não faz sentido marcarmos um referendo no imediato sem antes haver um tempo suficiente para que esta matéria volte a estar no debate público”.

“Eu não me posso afirmar como um defensor da regionalização. Sou um defensor de que discutamos qual é o melhor modelo de desenvolvimento para o país, que pode trazer mais bem-estar a todos os portugueses”, elucidou.
O autarca assumiu também que quer presidir ao Conselho Metropolitano do Porto e avançou que o cargo de presidente da Câmara do Porto deverá ser a sua última função política.

“Isso depende da vontade de todos os presidentes de Câmara que integram a área metropolitana. Eu espero que o próximo presidente seja escolhido (…) num consenso alargado, sem divergências”, declarou.

“Compreendo que o Porto tem uma centralidade que deve assumir a sua responsabilidade. Isso não tem acontecido nos últimos anos largos”, acrescentou o autarca.

Por isso, está “disponível, se assim os colegas entenderem, poder assumir também a liderança do Conselho Metropolitano do Porto”.

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